segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

QUEM SÃO OS FILHOS DE DEUS NO CAPÍTULO 6 DO GÊNESIS. QUE AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ ENSINAM QUE SÃO OS ANJOS. COMO ENTENDER ESSE TEXTO?


Adilson Francisco dos Santos. Estudos apologéticos


QUEM SÃO OS FILHOS DE DEUS NO CAPÍTULO 6 DO GÊNESIS? QUE AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ ENSINAM QUE SÃO OS ANJOS? COMO ENTENDER ESSE TEXTO?


Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas tomaram para si mulheres as que entre todas mais lhes agradaram. (Gênesis. 6.2).

Existem várias teorias sobre o “capítulo 6 do Gênesis”, quem são aqueles filhos de Deus? Uma delas, sem nenhum embasamento bíblico, interpreta que as "filhas dos homens" eram a descendência de Adão e Eva e que os "filhos de Deus" eram os anjos que entraram em conúbio com a raça humana.  Esse assunto merece a nossa atenção. E entre as tese que são apresentadas sobre esse texto algumas são incompatíveis com o ensino geral das sagradas escrituras.

Os anjos sendo criaturas espirituais boas ou ruins, não podem, em hipótese alguma, praticar consórcio carnal. Eles não têm carne, nem experimenta as cobiças da carne. Eles sendo maus pode, sim, tentar o homem a atitudes de cobiça carnal ou de apetites desregrados, como no caso de Jesus, como homem foi tentado por Satanás a aceitar falsas concepções. (Mateus 4.1-10; Lucas 4.1-11). Mas os anjos não sentem (nem pode sentir), os afetos sensuais que a criatura humana sente.

Em conseqüência, compreende-se que é totalmente insustentável a sentença dos que atribuem aos espíritos maus consórcio com mulheres.

É certo, porém, que desde a época pré-cristã há pensadores que falam de relações sexuais de demônios, ou seja, de anjos maus com seres humanos. Assim os judeus de Alexandria, entre 250 e 100 a.C, ao traduzirem a Bíblia do hebraico para o grego (tradução alexandrina ou dos LXX), verteram o hebraico “bene-eiohim”. (filhos de Deus) de Gênesis 6.2, por “ángeloi tou Theou”. (anjos de Deus). E atribuíram a estes relações sexuais com as filhas dos homens; de tal consórcio teriam nascido os gigantes (Gênesis 6.1-4). Os escritores judeus Filon de Alexandria (t 44 d.C.). E Flávio José (100 d.C.). Repetiram a mesma falha de concepção de anjos com mulheres. (Filon, De Gigantibus 6ss; De somniis 133ss: Flávio José, Antiquitates 131 § 73). Que se tornou freqüente nos apócrifos judeus.

Vários escritores cristãos dos quatro primeiros séculos, por sua vez, professaram a mesma teoria; assim foi. Justino (f 165). Taciano (t após 172). Atenágoras (f 177). Irineu (f 202). Clemente de Alexandria (f antes de 215). Metódio de Olimpo (f 311). Cipriano de Cartago (t 258). Basílio de Cesaréia (f 379). Ambrósio (f 397). Esta tese era devida à falsa tradução apresentada pela versão LXX e aceita pelos antigos. Favorecia-a o inadequado conceito de espírito que muitos escritores dos primeiros séculos professavam: influenciados pelos estóicos, admitiam, sim, que os espíritos tivessem uma corporeidade sutil, a qual explicaria o pretenso relacionamento com mulheres. Com o tempo, porém, foi-se implantando entre os cristãos a tradução da Vulgata de S. Jerônimo (f 421). Que em Gênesis 6.2 não falava de anjos, mas simplesmente de filhos de Deus, como o texto hebraico. Além disto, o conceito de espírito foi-se depurando, de modo a não se lhe atribuir corporeidade.

Muito típico da evolução de pensamento, por exemplo, o livro dos Diálogos, atribuído a Gregório de Nazianzo. Este se pergunta como os anjos, sendo incorpóreos, puderam ter consórcio carnal com mulheres e gerar gigantes. Acaba julgando absurda e blasfema tal tese. O mesmo se lê nas obras de. Cirilo de Alexandria (f 444). Ele afirma que os anjos não têm corpo nem procuram as volúpias da carne; além do quê, ele diz que as Escrituras em Gn 6, 2 falam de filhos de Deus e não de anjos de Deus. Muitos outros testemunhos da transição do pensamento dos doutores da Igreja nos séculos IV e V se encontram no artigo “Démon d'après les Pères”, de E. Mangenot, em “Dictionnaire de Théologie Catholique” IV/1, col. 339-384.

Essa teoria dos anjos terem consórcio com as mulheres devem ser examinada e confrontada biblicamente.

Sabemos que Essa teoria não só encontra apoio na teologia de muitos pensadores, mais sim na teologia dos “GEOVISMOS”. Que ensina “Mais tarde, outros anjos se tornaram maus. Esses anjos observavam as mulheres bonitas na terra e queriam ter relações sexuais com elas. De modo que vieram á terra, revestindo-se de corpo humano masculino. Daí tomaram as mulheres para si. Isto era contra o propósito de Deus- Gênesis 6.1.2; Judas v.6. Causou também muita desgraça para a humanidade. As esposas desses anjos deram á luz filhos, mas estes filhos não eram crianças normais. Desenvolveram-se em violentos e cruéis gigantes. (livro Poderá viver para Sempre no Paraíso na Terra páginas 7.8.9). Essa teoria também tem crescido entre muitos evangélicos hoje, entretanto, não podemos nos apegar a textos Bíblicos isolados contrariando todos os demais. A teoria de que os filhos de Deus eram anjos decaídos que se corromperam na insurreição com satanás. E dizer que esses anjos decaídos são aqueles filhos de Deus que o texto fala e que eles se corromperam de tal modo que cometeram o pecado de “Miscigenação” com as filhas dos homens. Com essa mistura e substância angelical e humana onde seus adeptos interpretam que as filhas dos homens eram realmente da descendência de Adão e Eva e que os filhos de Deus eram anjos que entraram em união com essas filhas dos homens produzindo uma geração de filhos gigantes. (Gênesis 6.4).

Entretanto, não podemos nos apegar a textos Bíblicos isolados contrariando todos os demais, como já falamos.

Nem sempre que encontramos textos que contem a mesma expressão eles estão referindo-se aos anjos. Observem que o Antigo Testamento se refere também aos filhos de Israel como filhos de Deus. (Êxodo 4.22; Deuteronômio 14.1; Oséias 1.10). Essa mesma expressão encontramos também no Novo Testamento relacionadas aos crentes em Jesus que são chamados Filhos de Deus. (João 1.12). A distinção para anjos ou homens só pode ser percebida a luz do contexto de cada escritor que fala do mesmo assunto.

A teoria de que os filhos de Deus (do capítulo 6. de Gênesis) sejam anjos contrasta com a angelologia declarada por Jesus em (Mateus 22.30). Que disse que lá no Céu, “Nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no Céu”.

Com essa expressão Jesus deixa bem claro que anjo não cresce não multiplica e muito menos tem relação sexuais. Os anjos são criaturas espirituais assexuadas, a natureza deles é totalmente espiritual apesar de serem tratados com sentido masculino não existe na criação angelical o gênero masculino ou feminino há uma crença dentro dessa teoria que admite que os demônios são os espíritos dos filhos de Deus que caíram em pecado e que em (Gênesis 6). Os espíritos dos seus descendentes são os gigantes.

Portanto fica claro que os anjos não têm consórcio com as mulheres. A teoria advoga com toda certeza concreta que os filhos de Deus do capítulo (6. do Gênesis). Refere-se aos descendentes de Sete, ou seja, a linhagem piedosa e obediente a Deus, e as "filhas dos homens", representam as mulheres da descendência de Caim, isto é, a linhagem da desobediência e rebelde. Isto está de acordo com Gênesis 4.26: "Então começaram os homens a invocar o nome do Senhor", ou como seria melhor traduzido: "então começaram os homens a ser chamados pelo nome do Senhor". Estas duas correntes humanas são claras através de toda a história da humanidade. os filhos de Deus é a linhagem piedosa de Sete filho de Adão e Eva, essa teoria é aceitável entre os eruditos. Esta faz distinção entre os filhos de Deus da linguagem piedosa de Sete (Gênesis 5.3.4). O terceiro filho de Adão, e as filhas dos homens referindo-se à linhagem mal de Caim. Por isso o fato de Moisés mencionar estes casamentos e dá-los mesmo como causa da corrupção que se seguiu, não nos deve surpreender, porque o Novo e o Velho Testamento proíbem casamento de pessoas de condições espirituais diferentes  (II Coríntios 6.14-16).

Segundo o relato Bíblico essa união entre as duas linhagens produziu uma geração extremamente má e perversa para a qual Deus mandou o juízo do dilúvio universal salvando apenas Noé e sua família (Gênesis. 6.5-22). Se o ensino da angelologia não admite a possibilidade de relações sexuais, físicas, entre anjos e mulheres visto que as naturezas são distintas porque teríamos de aceitar a teoria da “miscigenação” de seres espirituais e seres humanos daí estaríamos admitindo as teorias do espiritismo e as demais religiões que acreditam em todas essas teses.

Portanto segundo a Bíblia essa teoria está totalmente fora de cogitação, tal hipótese de consórcio sexual de anjos maus com seres humanos não passa de uma teologia destorcida das Testemunhas de Jeová.

A verdadeira teologia só pode classificar tal crença como falha em suas próprias premissas, visto que supõe corporeidade nos demônios; trata-se, pois, de um produto da utopia, que apenas a crença popular pode alimentar, mas que está totalmente em desabonou com a hermenêutica bíblica.





























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