Adilson Francisco dos Santos. Estudos apologéticos
QUEM SÃO OS
FILHOS DE DEUS NO CAPÍTULO 6 DO GÊNESIS? QUE AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ ENSINAM
QUE SÃO OS ANJOS? COMO ENTENDER ESSE TEXTO?
Vendo
os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas tomaram para si
mulheres as que entre todas mais lhes agradaram. (Gênesis.
6.2).
Existem
várias teorias sobre o “capítulo 6 do Gênesis”, quem são aqueles filhos de
Deus? Uma delas, sem nenhum embasamento bíblico, interpreta que as
"filhas dos homens" eram a descendência de Adão e Eva e que os
"filhos de Deus" eram os anjos que entraram em conúbio com a raça
humana. Esse assunto merece a nossa
atenção. E entre as tese que são apresentadas sobre esse texto algumas são
incompatíveis com o ensino geral das sagradas escrituras.
Os
anjos sendo criaturas espirituais boas ou ruins, não podem, em hipótese alguma,
praticar consórcio carnal. Eles não têm carne, nem experimenta as cobiças da
carne. Eles sendo maus pode, sim, tentar o homem a atitudes de cobiça carnal ou
de apetites desregrados, como no caso de Jesus, como homem foi tentado por
Satanás a aceitar falsas concepções. (Mateus 4.1-10; Lucas 4.1-11). Mas os
anjos não sentem (nem pode sentir), os afetos sensuais que a criatura humana
sente.
Em
conseqüência, compreende-se que é totalmente insustentável a sentença dos que
atribuem aos espíritos maus consórcio com mulheres.
É
certo, porém, que desde a época pré-cristã há pensadores que falam de relações
sexuais de demônios, ou seja, de anjos maus com seres humanos. Assim os judeus
de Alexandria, entre 250 e 100 a.C, ao traduzirem a Bíblia do hebraico para o
grego (tradução alexandrina ou dos LXX), verteram o hebraico “bene-eiohim”.
(filhos de Deus) de Gênesis 6.2, por “ángeloi tou Theou”. (anjos de Deus). E
atribuíram a estes relações sexuais com as filhas dos homens; de tal consórcio
teriam nascido os gigantes (Gênesis 6.1-4). Os escritores judeus Filon de
Alexandria (t 44 d.C.). E Flávio José (100 d.C.). Repetiram a mesma falha de
concepção de anjos com mulheres. (Filon, De Gigantibus 6ss; De somniis 133ss:
Flávio José, Antiquitates 131 § 73). Que se tornou freqüente nos apócrifos
judeus.
Vários
escritores cristãos dos quatro primeiros séculos, por sua vez, professaram a
mesma teoria; assim foi. Justino (f 165). Taciano (t após 172). Atenágoras (f
177). Irineu (f 202). Clemente de Alexandria (f antes de 215). Metódio de
Olimpo (f 311). Cipriano de Cartago (t 258). Basílio de Cesaréia (f 379).
Ambrósio (f 397). Esta tese era devida à falsa tradução apresentada pela versão
LXX e aceita pelos antigos. Favorecia-a o inadequado conceito de espírito que
muitos escritores dos primeiros séculos professavam: influenciados pelos
estóicos, admitiam, sim, que os espíritos tivessem uma corporeidade sutil, a
qual explicaria o pretenso relacionamento com mulheres. Com o tempo, porém,
foi-se implantando entre os cristãos a tradução da Vulgata de S. Jerônimo (f
421). Que em Gênesis 6.2 não falava de anjos, mas simplesmente de filhos de
Deus, como o texto hebraico. Além disto, o conceito de espírito foi-se depurando,
de modo a não se lhe atribuir corporeidade.
Muito
típico da evolução de pensamento, por exemplo, o livro dos Diálogos, atribuído
a Gregório de Nazianzo. Este se pergunta como os anjos, sendo incorpóreos,
puderam ter consórcio carnal com mulheres e gerar gigantes. Acaba julgando
absurda e blasfema tal tese. O mesmo se lê nas obras de. Cirilo de Alexandria
(f 444). Ele afirma que os anjos não têm corpo nem procuram as volúpias da
carne; além do quê, ele diz que as Escrituras em Gn 6, 2 falam de filhos de
Deus e não de anjos de Deus. Muitos outros testemunhos da transição do
pensamento dos doutores da Igreja nos séculos IV e V se encontram no artigo
“Démon d'après les Pères”, de E. Mangenot, em “Dictionnaire de Théologie
Catholique” IV/1, col. 339-384.
Essa
teoria dos anjos terem consórcio com as mulheres devem ser examinada e
confrontada biblicamente.
Sabemos
que Essa teoria não só encontra apoio na teologia de muitos pensadores, mais
sim na teologia dos “GEOVISMOS”. Que ensina “Mais tarde, outros anjos se
tornaram maus. Esses anjos observavam as mulheres bonitas na terra e queriam
ter relações sexuais com elas. De modo que vieram á terra, revestindo-se de
corpo humano masculino. Daí tomaram as mulheres para si. Isto era contra o
propósito de Deus- Gênesis 6.1.2; Judas v.6. Causou também muita desgraça para
a humanidade. As esposas desses anjos deram á luz filhos, mas estes filhos não
eram crianças normais. Desenvolveram-se em violentos e cruéis gigantes. (livro
Poderá viver para Sempre no Paraíso na Terra páginas 7.8.9). Essa teoria também
tem crescido entre muitos evangélicos hoje, entretanto, não podemos nos apegar
a textos Bíblicos isolados contrariando todos os demais. A teoria de que os
filhos de Deus eram anjos decaídos que se corromperam na insurreição com
satanás. E dizer que esses anjos decaídos são aqueles filhos de Deus que o
texto fala e que eles se corromperam de tal modo que cometeram o pecado de “Miscigenação”
com as filhas dos homens. Com essa mistura e substância angelical e humana onde
seus adeptos interpretam que as filhas dos homens eram realmente da
descendência de Adão e Eva e que os filhos de Deus eram anjos que entraram em
união com essas filhas dos homens produzindo uma geração de filhos gigantes.
(Gênesis 6.4).
Entretanto,
não podemos nos apegar a textos Bíblicos isolados contrariando todos os demais,
como já falamos.
Nem
sempre que encontramos textos que contem a mesma expressão eles estão
referindo-se aos anjos. Observem que o Antigo Testamento se refere também aos
filhos de Israel como filhos de Deus. (Êxodo 4.22; Deuteronômio 14.1; Oséias 1.10).
Essa mesma expressão encontramos também no Novo Testamento relacionadas aos
crentes em Jesus que são chamados Filhos de Deus. (João 1.12). A distinção para
anjos ou homens só pode ser percebida a luz do contexto de cada escritor que
fala do mesmo assunto.
A
teoria de que os filhos de Deus (do capítulo 6. de Gênesis) sejam anjos
contrasta com a angelologia declarada por Jesus em (Mateus 22.30). Que disse
que lá no Céu, “Nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos
de Deus no Céu”.
Com
essa expressão Jesus deixa bem claro que anjo não cresce não multiplica e muito
menos tem relação sexuais. Os anjos são criaturas espirituais assexuadas, a
natureza deles é totalmente espiritual apesar de serem tratados com sentido
masculino não existe na criação angelical o gênero masculino ou feminino há uma
crença dentro dessa teoria que admite que os demônios são os espíritos dos
filhos de Deus que caíram em pecado e que em (Gênesis 6). Os espíritos dos seus descendentes são os gigantes.
Portanto
fica claro que os anjos não têm consórcio com as mulheres. A teoria advoga com toda
certeza concreta que os filhos de Deus do capítulo (6. do Gênesis). Refere-se aos
descendentes de Sete, ou seja, a linhagem piedosa e obediente a Deus, e as
"filhas dos homens", representam as mulheres da descendência de Caim,
isto é, a linhagem da desobediência e rebelde. Isto está de acordo com Gênesis
4.26: "Então começaram os homens a invocar o nome do Senhor", ou
como seria melhor traduzido: "então começaram os homens a ser chamados pelo nome do Senhor". Estas duas correntes humanas são claras através de
toda a história da humanidade. os filhos de Deus é a linhagem piedosa de Sete
filho de Adão e Eva, essa teoria é aceitável entre os eruditos. Esta faz
distinção entre os filhos de Deus da linguagem piedosa de Sete (Gênesis 5.3.4).
O terceiro filho de Adão, e as filhas dos homens referindo-se à linhagem mal de
Caim. Por isso o fato de Moisés mencionar estes casamentos e dá-los mesmo como
causa da corrupção que se seguiu, não nos deve surpreender, porque o Novo e o
Velho Testamento proíbem casamento de pessoas de condições espirituais
diferentes (II Coríntios 6.14-16).
Segundo
o relato Bíblico essa união entre as duas linhagens produziu uma geração extremamente
má e perversa para a qual Deus mandou o juízo do dilúvio universal salvando
apenas Noé e sua família (Gênesis. 6.5-22). Se o
ensino da angelologia não admite a possibilidade de relações sexuais, físicas,
entre anjos e mulheres visto que as naturezas são distintas porque teríamos de
aceitar a teoria da “miscigenação” de seres espirituais e seres humanos daí
estaríamos admitindo as teorias do espiritismo e as demais religiões que
acreditam em todas essas teses.
Portanto
segundo a Bíblia essa teoria está totalmente fora de cogitação, tal hipótese de
consórcio sexual de anjos maus com seres humanos não passa de uma teologia destorcida
das Testemunhas de Jeová.
A
verdadeira teologia só pode classificar tal crença como falha em suas próprias
premissas, visto que supõe corporeidade nos demônios; trata-se, pois, de um
produto da utopia, que apenas a crença popular pode alimentar, mas que está
totalmente em desabonou com a hermenêutica bíblica.
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