terça-feira, 1 de outubro de 2019

JEFTÉ SACRIFICOU OU NÃO SUA FILHA EM HOLOCAUSTO?


Adilson Francisco dos santos. Estudos Apologéticos.

JEFTÉ SACRIFICOU OU NÃO SUA FILHA EM HOLOCAUSTO?

E serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios, (Salmos 106.36.37).

E edificaram os altos de Baal, que estão no Vale do Filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem veio ao meu coração, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá. (Jeremias 32.35).

Nesse pequeno estudo não vou expandir muito, e nem vou relatar toda a vida de Jefté e de sua família, o objetivo desse estudo é relatar se Jefté matou em sacrificou sua filha, ou não.

Quanto o voto de Jefté a um grande problema entre muitos intérpretes que têm transformado esse ocorrido em um campo de batalha. Alguns sem embargo pensam que o trecho de (Levítico 27.28.29). Reflete um tempo em que eram aceitos e efetuados sacrifícios humanos em Israel, como parte do culto a Deus. Mais tal interpretação dificilmente poderia aplicar-se aos dias de Jefté. Algo que em seus dias era abominável aos olhos de Deus (Levitico 18.21; Jeremias 32.35).

Será que Jefté realmente cumpriu o seu horrendo voto ou não? Alguns respondem que sim; e outros, que não inspirados na crença dogmática de que isso não pode ter acontecido em Israel, ou, então, temem que possam compreender que Deus, realmente, aprovou e aceitou tal ato.

Quantos os textos bíblicos, eles não deixam nenhuma duvida, Jefté fez o voto e o cumpriu. Além disso, por que as mulheres de Israel lamentariam pela filha de Jefté, se o voto não tivesse sido cumprido! Como está escrito: “Daqui veio o costume em Israel das filhas de Israel saírem por quatro dias, de ano em, ano a cantar em memória da filha de Jefté, o giliadita”, você já viu alguém cantar em memória de quem está vivo? De quem está vivo se faz homenagem, e não de quem está moto.

Jefté anelava pelo triunfo, razão pela qual fez um voto precipitado, o de que sacrificaria em holocausto a primeira pessoa que viesse recebê-lo, vindo de sua casa, se ele retornasse vitorioso. (Juízes 11.30,31). Jefté voltou vitorioso para casa. Mas, tragicamente, a primeira pessoa a vir ao seu encontro foi a sua única filha. Houve música e danças em celebração à vitória. Mas Jefté sentia-se tão derrotado quanto os amonitas. A ponto de declarar: “Ah! filha minha, tu me prostras por completo...” “tu passaste a ser a causa da minha calamidade...” (Juízes 11.35).

Que o voto de Jefté foi cumprido, tenhamos a certeza. Isso é apenas uma evidência da natureza primitiva da fé de um homem violento.

Não há nenhuma razão para supormos que Deus tenha dado a Jefté a sua notável vitória porque ele fizera aquele estúpido voto, ou que, depois da vitória, houvesse qualquer necessidade de cumprir o voto. Jefté é que criara a questão toda em seu psique. Deus não esteve envolvido em tão estúpido ato de querer um sacrifício humano em troca de alguma coisa, quando na verdade é Ele quem da as vitórias e as grandes dádivas, sem esperar recompensa como diz. Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois tudo quanto existe debaixo de todo céu é meu. (Jo 41.11).

Podemos confrontar o caso do mal, com o caso de Jefté e sua filha. (Juízes 11.35). Observe a declaração: “Tu me prostras por completo”. “Tu é a causa da minha calamidade”. Jefté, em sua reação humana, culpou a própria filha por aquilo que ele fizera oculto, em seu momento impensado. É como se ele dissesse: “Não sei por que fizeste isso comigo!” Assim como Adão lançou a culpa sobre Deus, e Eva lançou a culpa sobre a serpente pelos os atos que praticaram, lançando sobre Deus a culpa de toda a questão. Sempre foi e sempre será assim, as pessoas acusam Deus de toda espécie de coisas horendas e impensadas que fazem, até votos abominável aos olhos do próprio Deus como está escrito: E edificaram os altos de Baal, que estão no Vale do Filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem veio ao meu coração, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá. (Jeremias 32.35). Jefté fez um voto estúpido uma coisa abominável e prejudicial a ele mesmo, que lhes causou uma dor infinita, “Ah! filha minha, tu me prostras por completo...”.

Os apologistas usam de várias interpretações. Eles trazem Vários mecanismos para desculpar a Jefté pelo voto que tomou e pelo que acabou fazendo acerca de sua filha, ou para negar que ele, realmente, tenha concretizado tal voto. Porém, quando olhas-mos para os textos bíblicos hermeneuticamente ele nos mostra a verdade do incidente. A verdade é que Jefté não era um homem totalmente voltado para Deus, ele era um meio-pagão, um meio-israelita, que foi influenciado pelos costumes de seus vizinhos pagãos, os cananeus. Os quais lançavam seus filhos e suas filhas no fogo em sacrifico ao deus Mologue, que era considerado um sacrifício de demônio, (Jeremias 32.35; Salmo 106.36.37). Esses povos viviam em redor de Israel, os sacrifícios humanos continuavam sendo postos em prática. Não obstante, é impossível que ele ignorasse a proibição terminante da lei de Moisés o qual punia tal prática, sob pena de morte (Levítico 18.21; 20.2-5). Em meio a toda aquela matança, porém, realizada em nome do Deus Eterno, ou dos deuses pagãos, que diferença faria uma vítima a mais ou a menos para um povo sem Deus e sem fé?

A bíblia fala que o Espírito de Deus veio sobre Jefté para ele cumprir o propósito de Deus, porém Deus não inspirou Jefté a fazer seu voto precipitado sacrificando sua própria filha, quem age dessa maneira está tentando “comprar” os favores divinos, e não cumprir o propósito divino o qual lhe foi posto.

Jefté, era um homem de pouca Fé, e não contente com o poder que tinha recebido do Espírito de Deus, ele fez um voto precipitado, (Juízes 11.30.31). Que nada tinha haver com a orientação dada pelo Espírito de Deus através do seu sacerdote Finéias, Ele resolveu oferecer um sacrifício até ai tudo bem, agora Jefté deveria ter em mente que o tal sacrifício jamais deveria ser humano, porque tal prática era proibida entre o povo de Deus, era uma grande abominação (Deuteronômio 18.10; 12.30,31; Levítico 18.21; 20.2; Salmo 106.37,38; 7.31; Jeremias 32; Ezequiel 16.20,21). Não há razão alguma para supormos que essas leis foram observadas cem por cento entre o povo. Sacrifício humano eram rituais praticado pelos seus vizinhos pagãos, algo que era absolutamente proibido pela legislação estabelecida por Moisés, o qual o Salmista classificou como sacrifício de demônios, (Salmo 106.36.37).  

Jefté fez um Voto Precipitado sem a ordem de Deus (Juízes 11.34-40). Vindo, pois, Jefté... saiu-lhe a filha ao seu encontro. Jefté voltou para casa regozijando-se, somente para defrontar-se com a tragédia de ter de sacrificar sua única filha. Sua mente supersticiosa não lhe permitiu descobrir como escapar de seu voto, o que era perfeitamente possível, de acordo com a lei de Moisés. Jefté fez um voto precipitado, voto esse que Poderia ser anulado. E isso por duas razões: Em primeiro lugar, o voto contradizia a lei de Deus escrita por Moisés (Levítico 18.21; Deuteronômio 12.31). Logo, não somente tal voto podia ser revertido, mas também tinha, forçosamente, de ser anulado: Em segundo lugar, qualquer voto, feito em Israel, podia ser redimido, ou seja, substituído por outra coisa. (Levítico 27.2-4). Jefté poderia ter apresentado outra coisa em lugar de seu voto precipitado. Porém, naquele momento sua mente estava conturbada não lhe permitiu pensar tal coisa, e ele não se importou ir contra o que lei prescrevia. Os votos, uma vez feitos, eram obrigatórios, (Números 30.2). Mas podiam ser redimidos e cumpridos de alguma outra forma. Alguns intérpretes argumentam que o voto de Jefté pertencia a ordem que não podia ser redimido (Levítico 27.28,29). É verdade que havia dois tipos de votos: o simples (no hebraico, “neder”, (Levítico 27.2-27). Que podia ser redimido (não executado, pois podia ser substituído por outra coisa ou ser pago mediante uma contia em dinheiro). E a coisa devotada (que no é hebraico, “cherem”). Estes últimos tornavam-se coisas santíssimas e tinham de ir para o sistema sacrifical do tabernáculo. Todavia, cumpre-nos relembrar que esses sacrifícios não podiam ser humanos, porque se assim fosse entraria em grave contradição com o sistema da lei de Moisés. Portanto, nenhum sacrifício humano podia ser legitimamente consagrado ou santíssimo. Portanto o voto de Jefté poderia ser redimido, porque era contra a lei de Deus (Jeremias 32.35; Salmos 106.37). Equivocadamente, ele supôs que fosse Deus, e não sua psique conturbado, que requerera dele tal sacrifício. Os homens têm o mau hábito de lançar sobre Deus a culpa de suas perversidades, e chegam ao extremo de transformar essas perversidades em virtudes. Dessa forma, a virtude pervertida de Jefté fez dele um tolo, achando que conhecia a Deus e seus desígnios mais do que o sacerdote Finéias. Os homens sempre são assim, eles fazem suas abominações, e depois lançam a culpa pelas coisas frívolas que praticam nos outros, como fez Jefté lançando sobre sua única filha tal culpa. “Ah! filha minha, tu me prostras por completo...” “tu passaste a ser a causa da minha calamidade...” (Juízes 11.35).

Os relatos bíblicos nos mostram que a própria jovem veio ao encontro de seu pai, dançando em meio à música e ao regozijo geral. Ela fez questão de mostrar que encabeçava o grupo de Israel que lhes davam as boas vindas, porque queria ela que seu pai soubesse quão alegre ela estava por ele estar voltando vitorioso da guerra. Ela não sabia que seu ato de alegria e solidariedade teria como galardão a própria morte, ato que levaria seu pai a mandar executá-la. Jefté explicou à sua filha o voto que fizera, (Juízes 11.35-40). E a jovem só pediu mais dois meses de vida, a fim de chorar sua virgindade com suas amigas. Os dois meses passaram-se, e o abominável horrendo sacrifício que Deus proibia (Jeremias 32.35). Foi consumado.  

Jefté, por sua tolice humana, culpou a própria filha por aquilo que ele mesmo fizera, em um momento impensado. Exclamou “Ah! filha minha, tu me prostras por completo...” “tu passaste a ser a causa da minha calamidade...” (Juízes 11.35). É como se Jefté dissesse: “Não sei por que o Senhor fez isso para comigo!”. É como se ele lançar-se sobre o Criador a culpa de tal ato impensado.

Jefté estava equivocado quanto à questão de tal sacrifício, isso era um mal em Israel, ao insistir em cumprir seu voto. Embora tenha sido um erro, em face da lei de Moisés, esse sacrifício acabou acontecendo. (Juízes 11.36). Como a própria jovem afirmou: “Faze, pois, de mim, segundo o teu voto”. A filha de Jefté não questionou seu pai se aquele voto era correto ou não. Desde o começo, ela aceitou-o como correto, porque era dever dos filhos obedecerem as leis estabelecidas ao povo de Israel, como está escrito: “Honra teu pai e tua mãe” (Êxodo 20.12).

Os Targuns, de modo geral, afirmam o real sacrifício da filha de Jefté. Ellicott {inloc.), certamente estava certo quando comentou: “Mediante o uso desse significativo eufemismo, o narrador deixou cair o véu — estremecendo-lhe o corpo inteiro — acerca do terrível sacrifício. Naturalmente, as palavras “o qual lhe fez segundo o voto por ele proferido” só podem significar que ele a ofereceu 'em holocausto’ (vs. 31)”. Flavio Josefo, grande historiador e general judeu que viveu na época dos apóstolos de Jesus, observou que aquilo que Jefté tinha feito “não era nem legítimo nem aceitável diante de Deus”. O Targum de Jonathan mostra-se importante como indicação de qual era o pensamento dos hebreus acerca de todo esse incidente:“Um homem não podia oferecer seu filho ou sua filha como holocausto, conforme Jefté fez, o qual não consultou Finéias, o sacerdote; pois, se tivesse consultado a Finéias, ele poderia tê-la redimido por um certo preço” (John Gill, in loc.). Fica claro, portanto, que Jefté acabou realizando o sacrifício de sua própria filha, cumprindo o seu voto precipitado. Todavia, não fez isso no tabernáculo e, sim, em algum lugar privado. E basta isso para que seu ato fosse considerado contrário às intenções da lei de Moisés. 

Acerca de tal tragédia diz o pastor Ciro Sanches Zibordi no livro Erros que os pregadores devem evitar, pp.99.101, CPAD. Portanto, reitero que a polêmica em torno dessa passagem é teológica, e não bíblica, a bíblia é categórica sobre o assunto, porém algo que deve ficar muito claro é que Deus jamais aceitaria sacrifício humano, Jefté ofereceu sua filha em holocausto por que “ele quis”, e não porque “o senhor o aceitaria”, como condição para abençoar o seu povo.

Assim também diz o pastor Valdir Bicego. Porém, o contexto bíblico nos mostra que realmente ele cumpriu o voto do sacrifício da filha. Lições bíblicas mestre jovens e adultos 2º trimestre de 1996.p 42, CPAD, comentário:

Portanto Jefté, seguiu seu hábito tolo de pensar que Deus é um companheiro constante que sempre lhes soprara aos ouvidos, pensando ele que tal pensamento frívolo que lhes passava pela cabeça vinha da parte de Deus! Ele interpretou mal as palavras do sacerdote Finéias, distorcendo o que Deus falou! Essa foi uma estupidez erroneamente de sua parte, atribuí à Deus algo que o próprio Deus abominava, (Jeremias 32.35). Portanto Jefté não tinha nenhuma razão para supor que Deus tinha lhe dado a sua vitória porque ele fizera aquele voto estúpido, ou que, depois da vitória, houvesse qualquer necessidade da parte de Deus para ele cumprir tal voto. Jefté é quem criara aquela questão em seu psique. Deus não esteve envolvido em tão estúpido ato de querer um sacrifício humano em troca de alguma ciosa, Deus jamais aceitaria esse tipo de sacrifício, sendo a vitima humana, Jefté ofereceu sua filha em holocausto por que “ele quis”, e não porque “o senhor o aceitaria”, como condição para abençoar o seu povo.


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