Adilson Francisco dos
santos. Estudos Apologéticos.
SERA QUE AGOSTINHO E JOÃO
DAMASCENO ESTAVAM CERTOS QUANDO ENSINAVAM QUE
CRISTO NÃO DESCEU AO HADES? CONTRARIANDO OS TEXTOS DE I PEDRO 3.18.19;4.6? QUE AFIRMA QUE JESUS FOI AO HADES?
Porque
também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo
Espírito; No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a
longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca;
na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; (I Pedro 3.18-20).
“Porque por isto foi pregado
o evangelho também aos mortos” (I Pedro 4.6)
Muitos estudiosos modernos interpretam e admitem que esta passagem esta em foco e que a descida de Jesus ao Hades e real, essa descida de Jesus ao Hades visou o propósito dele evangelizar as almas perdidas que ali estavam, a descida de Jesus ao Hades visou ao propósito de aliviar a condição que aquelas almas se encontravam, sua descida ao Hades não foi a favor dos justos, mais sim dos injustos “Foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé”, Se fosse para justos e injustos como alguns ensinam, essa teoria não teria base, porque iria conta as escrituras. Por isso diz: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?” (Efésios 4.8.9). “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro”, justo não vivem em cativeiro: Não ha como negam a descida de Jesus ao Hades. Ele foi e pregou aos espíritos em prisão, e tais espíritos não eram espíritos de demônios como muitos ensinam, porque para tais espíritos não há perdão. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; (II Pedro 2.4). E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia; (Judas v.6). Então tal idéia que Jesus desceu ao Hades para pregar para tais espíritos esta descartada.
Nenhum pai da igreja antiga,
credo ou tradição cristã negou a realidade da descida de Cristo ao Hades, só
depois que surgiu Agostinho, no século V. João Damasceno. No século
VIII, em seu livro, «A Fonte do Conhecimento», com sua teologia, foi que eles
negaram tal teoria que Jesus desceu ao Hades, antes deles os pais da igreja,
informa-nos que a realidade da descida de Jesus ao Hades era universalmente e
aceita em seus dias, e mostra que a opinião geral era um oferecimento da
salvação aos perdidos, além-túmulo, ou de algum modo, um oferecimento da graça
através de Jesus aos perdidos.
Esse era o alvo de Jesus
Cristo, que tão recentemente morrera e agora tinha uma missão no Hades, o qual
tinha como objeto da pregação os “espíritos”, espíritos esses que estavam
destituídos de corpos, e não mortais na carne, quando receberam a mensagem.
Não há indicio, na estrutura
ou qualquer declaração de que os espíritos a quem Jesus pregou o evangelho
estavam vivos na carne quando ouviram a mensagem de Cristo, agora estivessem
“em prisão”, isto é no Hades. Quando fazemos uma leitura desses versículos,
eles nos mostram que eles estavam na prisão quando ouviram a pregação. A
palavra “apeithésasin-pté” significa que eles em algum tempo foram
desobedientes, (v.20). Obviamente palavra desobediência remove há um tempo
anterior ao tempo da pregação. Isto é, a “desobediência” foi em um passado
remoto (antes do dilúvio). Ao passo que a pregação foi feita em passado recente
“por Cristo״,
imediatamente após sua descida ao Hades, que se seguiu à Sua morte e antecedeu
à sua ressurreição. A expressão, “Ele foi e pregou”, no (v.19), dá com clareza
o sentido de “ir para outro lugar”, a fim de pregar as boas novas, isto é, o
evangelho. Mais muitos estudiosos como Agostinho, no século V. João Damasceno.
No século VIII, em seu livro, “A Fonte do Conhecimento”, diz que essa pregação
se aplica a Noé. Mais como mostra o texto dificilmente essa pregação do
evangelho poderia ser aplicada a Noé, pois para onde Noé foi a fim de pregar o
evangelho de Jesus? Nesse texto o sujeito é Cristo. Quando de sua morte, “Ele
foi ao Hades”, a fim de pregar ali seu evangelho essa era sua tarefa. Também
como muitos ensinam por que Jesus: O Logos divino desceu do céu à terra, a fim
de pregar o evangelho da graça por meio de Noé, isso não faz nenhum sentido
dizer. E também não faz nenhum sentido dizer que esses espíritos são os
espíritos dos anjos caídos, porque estaria indo contra as escrituras que diz.
“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no
inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;”
(I Pedro 2.4). E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a
sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo
daquele grande dia; (Judas v.6). E ainda mais o propósito de salvação de Jesus
foi em prol dos homens e não dos anjos, como esta escrito: “Porque, na verdade,
ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão”. (Hebreus 2.16).
Nesse ponto devemos evitar a doutrina de
Agostinho e João Damasceno que modificaram tal verdade, ensinando que a
pregação medianeira, foi por meio de Noé, quem segue tal ensino ignora
totalmente a antítese. Jesus tornando-se a Causa da eterna salvação dos
crentes, e ao mesmo tempo convencia de incredulidade aos desobedientes, por
igual modo tratasse com os habitantes do Hades, a fim de que todo joelho se
prostrando-se ante Ele, no céus, na terra e debaixo da terra, (Filipenses 2.10).
E para que, tendo assim solto as cadeias daqueles prisioneiros há muito tempo
confinado, Ele retomasse dos mortos: “Pois não deixarás a minha alma no
inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”. (Salmo 16.10;
Apocalipse 1.18). E preparasse para nós o caminho da ressurreição. Clemente de
Alexandria expressou a crença da maioria dos pais gregos, quando disse: Assim,
para que os levasse ao arrependimento, o Senhor também pregou aos que estão no
Hades, e não só a esses, mais a todos que estão em cadeias, e que são guardados
no asilo e prisão do Hades? Sua citação passa a dizer que, nessa missão no
mundo inferior. Cristo deixou exemplo, pelo que os apóstolos seguiram o exemplo
de seu Senhor, e também ministraram naquele lugar. Isso quer dizer que, para
esse autor, a descida do Senhor ao Hades abriu o lugar como um campo
missionário, ou que a missão evangelística instituída na terra foi estendida ao
Hades.
Muitos como Agostinho e João Damasceno diz que
a hermenêutica é fraca quando ensina que Jesus desceu ao Hades: Mais se
pensamos como eles, Isso dá-nos um ponto de vista míope e pessimista da missão
de Jesus, e atribui-lhe pequeníssima realização, se de fato Deus deseja que
todos sejam salvos. Requer que a mensagem e a missão de Jesus não só ficar-se essencialmente
na terra, eles ensinaram que a pregação do evangelho depende do que a Igreja
possa fazer, aqui e agora, e não do que Jesus, com ou sem a Igreja, pode fazer
onde quer que se achem as almas dos homens, aqui ou no além, eles ignoraram o
texto de Colossenses 1.16, que diz que a criação é “em Jesus” e “por Jesus”,
assim também deve ser para Ele. Em outras palavras, tal como procedeu dele,
deverá também retomar para Ele, a fim de que seja ele “tudo em todos” e venha a
“preencher a tudo em todos”, ou a ser “tudo para todos”. Por isso tais almas
não poderiam ficar de fora de tão grande salvação: No
qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; (I Pedro 3.19). Jesus
não e como muitos que ensina a existência do purgatório que precisa purgar
pecado ou restaurar: Jesus é o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. (João 1.29). Isto é
de todas as almas, porque Jesus foi morto por elas, mesmo antes delas
existires: “Mais com o precioso sangue de
Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” e que Ele “foi
conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado (ou,
seja,revelado) nestes últimos tempos por amor de vós” (I Pedro 1:19-20;
Apocalipse 13.8; II Timóteo 1.9).
A missão e propósito de
Jesus não era limitado, e não só se aplicava a um numero limitado. Mas ele
declarou com todas as letras: “E eu quando for levantado da terra, todos
atrairei a mim”. (João 12.32). Jesus é o grande ímã de Deus que nada deixa
fora de seu poder de atração, e que Deus é amor, e que o juízo é um dedo da mão
amorosa, e que a própria retribuição é uma medida de amor. Agora com isso não
quero dizer e nem ensinar que hoje na dispensação da graça, aqueles que
morrerem nos seus pecados terão a mesma sorte daqueles do passado: Os quais
noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias
de Noé, (I Pedro 3.20). Que a inda não tinha o conhecimento de Jesus, nem
de sua mensagem e nem de sua salvação, hoje os que saírem dessa terra sem
aceitar os ensinos de Jesus e de sua graça que é um dom gratuito de Deus
(Romanos 6.23). Não terão a mesma sorte daqueles dos dias de Noé, como diz: Mas
eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar
conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas
palavras serás condenado. (Mateus 12.36). E, como aos homens
está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, (Hebreus 9.27).
Muitos interpretem, ignora
outros versículos que indicam a vasta magnitude da realização de Jesus naquela
missão.
Sabemos que a interpretação
é hermenêutica de Agostinho nesse ponto era fraca, porque limita a graça de
Jesus, porque Cristo, em seus sofrimentos, desceu ao Hades e fez o bem às almas
perdidas, porque quem ensina assim que Jesus não deu uma chance aqueles
espíritos em prisão, supõem que Deus é severo e julgador, e não um Deus
amoroso, que faz justiça a todos. Mas a verdade é que Deus não pode ser assim
dividido, de tal modo que podemos dizer que Deus é só severo e julgador, Deus é
sempre um Deus amoroso, um Deus justo; por isso diz: No
qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; (I Pedro 3.19).
Portanto, o amor de Deus requer julgamento, mais com justiça, portanto esse
julgamento jamais consiste vive só de severidade, mas será sempre manifestado
do amor: “Porque Deus é amor”, (I João 4.8).
Origenes (comentando sobre I Reis. sec. 28,
Hom. 2). Expressou a crença que os profetas do A.T. já haviam aberto missões de
misericórdia no Hades, pelo que a missão pessoal de Cristo ali foi a
confirmação e continuação das mesmas, tal como sua missão terrena foi
confirmação e continuação do que os profetas do A.T. haviam iniciado. Mais
quando lemos esse comentário completo de Origenes, descobrimos que ele falhou
quando ensinou que a pregação de Jesus no Hades, beneficiava só aqueles que
tinham sido preparados para o ministério (ai ele injetou um pouco da idéia de
predestinação no Hades). E tal ponto de vista tomou-se popular na Igreja
oriental. Mas quando olhamos o texto de (I Pedro 3 e 4). Ele não sugere tal
limitação. Sabemos que o comentário de Origenes provavelmente foi influenciado
pelo fato dele conhecer vários escritos judaico-helenistas que falam de
supostas missões de misericórdia de diversos profetas do A.T. Ao mundo
inferior. A verdade da descida de Jesus ao Hades, continuou na esfera do
cristianismo moderno, embora tenha sido ignorada ou rejeitada por algumas
denominações que segue alguns escritos de Agostinho e João Damasceno.
Bloomelfid. Em seu
comentário (citado no Comprehensive Bible Commentary) afirma que é universal a
crença da descida de Jesus ao Hades, por parte da Igreja cristã. Nenhuma
interpretação parece natural, ou trazer o selo da verdade, a não ser a comum ’,
isto é, que Cristo foi e pregou (proclamou Seu reino) aos antediluvianos no
Hades. Interpretação essa apoiada pela autoridade unida dos antigos, e pelos
comentadores modernos. As palavras certamente não envolvem dificuldade: e o
sentido claro e natural não deve ser rejeitado porque contém assunto que nos
admira, ou que pouco podemos apreender, com nossas atuais faculdades. Assim
também Meyer, em seu comentário, avalia o testemunho antigo e moderno, dizendo:
“Essa é a opinião dos mais antigos pais da Igreja grega e latina, como também
do maior número de teólogos posteriores e modernos”. A “opinião” de que ele
fale é que a descida foi uma realidade, e que melhorou o estado dos perdidos.
Seu próprio ponto de vista é que foi oferecida plena salvação, de tal modo,
que, se aceita, tal melhoria poderia redundar em completa salvação. Os que
crêem que a descida visou ao propósito de agravar a condição dos ímpios, ou,
pelo menos, ajudou somente os justos, deixando de lado aos injustos. A pregação
foi feita somente aos justos, e (segundo alguns) elevou-os do Hades para o céu.
Assim ensinaram Márciom, Tertuliano e Zwinglio.
Devemos olhar um detalhe no
texto de I Pedro 3.18.19, que ele nos mostra especificamente que a descida de
Jesus ao Hades foi “aos desobedientes”, e não para os justos que foi feita tal
pregação. Porque a bíblia mostra claramente que os justos daquela época foram
salvos: “....na
qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; (I
Pedro 3.20).
A pregação foi feita aos injustos: “No qual também foi, e pregou aos
espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes;” (I Pedro 3.20).
Pedro Mostra
que o “Evangelho” foi pregado aos mortos, (I Pedro 4:6). Quanto a isso não a
duvida.
Esses espíritos estavam desincorporados,
quando ouviram a pregação do evangelho, como diz Pedro, I Pedro 4.6: “Por
esta causa o Evangelho foi também pregado àqueles que agora estão mortos...”.
Quem ignora isso, ignora o ensino da descida de Cristo ao Hades, que ocupa todo
o trecho de I Pedro 3.18.
O Evangelho foi pregado aos espíritos,
isso não pode significar, que foi a seres angelicais, espíritos demoníacos, ou
anjos caídos, quanto a isso nada se pode provar mediante uma consideração do
vocábulo, à parte do contexto. Que diz claramente que Jesus pregou aos
“mortos”, (I Pedro 4.6). Portanto aqueles que identificam os “espíritos” como sendo
anjos caídos, o fazem por causa da observação de algumas histórias e fabulas na
literatura Judaica-helenista, onde está em foco a restauração de anjos caídos, tal
hermenêutica esta fora de lugar, porque Jesus pregou aos “mortos”, (I Pedro
4.6). E como sabemos anjo não morre. Estão em prisão eterna para o dia de
juízo. (I Pedro 2.3; Judas v.6)
O argumento que a descida de
Jesus ou Hades e pregou o evangelho foi a favor dos anjos caídos como ja falamos, não tem
nenhuma conexão com a hermenêutica bíblica, ai nós teria uma nova doutrina, e
um argumento totalmente fatal que os “anjos caídos” seriam aqueles espíritos em
foco. A hermenêutica bíblica diz claramente que Jesus pregou aos “mortos”, (I
Pedro 4.6). Isto é, a “espíritos humanos desincorporados”, chamados mortos por
terem deixado seus corpos mortais. O termo “mortos” jamais poderia ser aplicado
a anjos caídos. Virtualmente muitos pais da igreja antiga e muitos teólogos e
intérpretes modernos crêem na descida de Cristo ao Hades, ligando I Pedro 4.6
com a descrição da descida em I Pedro 3.18.
Os “espíritos” que Pedro
fala são “espíritos humanos desincorporados”, e. especificamente, aqueles que
foram desobedientes nos dias de Noé. Portanto Pedro (I Pedro 4.6). Como, I
Pedro 3.19,20. Afirma por declaração divina que os meios da salvação de Jesus
não terminam com a vida terrena, mais começou la no Hades, e que o Evangelho
nau do foi pregado nessa vida, mais teve seu inicio com Jesus além do sepulcro
para aqueles que partiram da vida sem o conhecimento de Jesus, de sua salvação
e de sua misericórdia.
É lamentável como muitos intérpretes distorcem a clara
mensagem da decida de Jesus ao Hades, bem como a esperança que essa mensagem
ofereceu aquelas almas. “Subindo ao alto, levou
cativo o cativeiro”, (Efésios 4.8.9). Muitos comentários sobre este versículo, forjaram títulos e falsas e
Interpretações, não sei por qual razão é que os
homens, distorcem as Escrituras, a fim de eliminarem uma tão grandiosa mensagem.
debateadilsonsaire.blogspot.com.br
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