sábado, 27 de fevereiro de 2021

AQUELE QUE NÃO VIGIA, CAI CONSTANTEMENTE EM TENTAÇÃO.

 

Adilson Francisco dos Santos. Estudos apologéticos

AQUELE QUE NÃO VIGIA, CAI CONSTANTEMENTE EM TENTAÇÃO.

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Mateus 26.41

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos. Efésios 6.18.

Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mateus 24.42

Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir. Mateus 25.13

Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã. Marcos 13.35

Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem. Lucas 21.36

Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas. Apocalipse 16.15

Quando o crente está vigilante, facilmente ele percebe a aproximação do perigo e da tentação, podendo, assim, resguardar-se e permanecer pronto para a vinda do Senhor. Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado o que vigia. (Apocalipse 16.15).

A língua grega contém cerca de cinco palavras que têm sido traduzidas para o português com o sentido de vigiar, a saber: “gregoreo”, “tereo”, “paratereo”, “agrupneo” e “nepho”. A primeira e a terceira são as mais frequentemente usadas pelos escritores sacros, a fim de expressar um estado de alerta, quando os sentidos espirituais do cristão se encontram em estado de observação e expectativa.

Gregoréo, “estar vigilante”, “estar desperto”, “vigiar”. Esse verbo grego foi usado por vinte e três vezes: Mateus 24.42,43; 25.13; 26.38,40,41; Marcos 13.34,35,37; 14.34,36,38; Lucas 12.37,39; Atos 20.31; I Coríntios 16.13; Colossenses 1.2; I Tessalonicenses 5.6,10; I Pedro 5.8; Apocalipse 3.2,3; 16.15.

Teréo, “vigiar”, Verbo grego que significa “guardar”, “preservar”. É usado nos textos bíblicos por sessenta e sete vezes: Mateus 19.17; 23.3; 27.36,54; 28.4,20; Marcos 7.9; João 2.10; 8.51,52,55; 9.16; 12.7; 14.15,21,23,24; 15.10,20; 17.6,11,12,15; Atos 12:5,6; 15.5; 16:23; 24.23; 25.4,21; I Coríntios 7.37; II Coríntios 11.9; Efésios 4.3; I Tessalonicenses 5.23; I Timóteo 5.22; 6.14; II Timóteo 4.7; Tia. 1.27; 2.10; I Pedro 1.4; II Pedro 2.4,9,17; 3.7; I João 2.3-5; 3.22,24; 5.3,18; Judas 1.6,13,21; Apocalipse 1.3; 2.26; 3.3,8,10; 12.17; 14.12; 16.15; 22.7,9.

Parateréo, “vigiar juntamente com”. Esse verbo reforçado aparece por seis vezes: Marcos 3.2; Lucas 6.7; 14.1; 20.20; Atos 9.24 e Gálatas 4.10.

Agrupnéo, “vigiar”, “montar guarda”, “estar desperto”. Esse verbo grego é utilizado por quatro vezes no Novo Testamento: Marcos 13.33; Luc. 21.36; Efésios 6.18 e Hebreus 13.17. O substantivo, “agrupnía”, “vigilância”, aparece por duas vezes: II Coríntios 6.5; 11.27.

Népho, “vigiar”, “estar sóbrio”. Verbo grego empregado por seis vezes: I Tessalonicenses 5.6,8; II Timóteo 4.5; I Pedro 1.13; 4.7; 5.8.

Das cinco palavras gregas citadas acima, destacamos o termonépho”, a fim de esclarecer que a melhor tradução seria “manter o autocontrole”. Lemos em I Pedro 1.13: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que nos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”. O termo grego “népho” corresponde a “sede sóbrios”, “manter o autocontrole”.

Já a língua hebraica contém quatro palavras “Tsapah”, “Shamar”, “Shaqad”, “Quts”, que traduzidas para o português têm o sentido de vigiar, a saber: Tsapah, “vigiar”, “espiar”, “espião”, etc. Como verbo, a palavra ocorre por cerca de vinte e uma vezes, conforme se vê. por exemplo, em Gênesis 31.49; I Samuel 4.13; II Samuel 13.14; Salmo 37.32; Isaias 21.5; Lamentações 4.17; Naum 2.1 e Habacuque 2.1.

Shamar, “observar”, “cuidar”, “vigiar”. Essa outra palavra hebraica aparece por mais de quatrocentas e quarenta vezes, somente como verbo, conforme se vê, por exemplo, em Juízes 7.19; I Samuel 19.11; Jó 14.16; Salmo 59, no título; 130.6; Jeremias 8.7; 20.10; Gênesis 37.11; Êxodo 12.17,24; Deuteronômio 5.32; 6.3,25; 8:1; Isaias 42.20; Ezequiel 20.18; 37.24; Jonas 2.8.

Shaqad, “despertar”, “vigiar”. Esse termo hebraico é usado por dez vezes com esse sentido, pois também significa “apressar-se”, “permanecer”, e, no plural, “moldar como amêndoas”. Por exemplo: Esdras 8.29; Salmo 102.7; Provérbios 8.34; Isaias 29.20; Jeremias 5.6; 31.28; Daniel 9.14.

Quts, “despertar”, “vigiar”, “levantar-se”. Esse verbo aparece por vinte e uma vezes, conforme se vê, por exemplo, em Ezequiel 7.6; I Samuel 26.12; Jó 14.12; Salmo 3.5; 17.15; Provérbios 23.35; Isa. 26.19; 29.8; Jeremias 31.26; Daniel 12.2; Joel 1.5 e Habacuque 2.19.

Vigiar é uma das três bases estabelecida pelo Senhor Jesus em seu sermão profético: “olhai”, “vigiai” e “orai”. Vigiar não se trata de uma opção, mais sim, um mandamento expresso. Temos que o fazer. O selo da autoridade de Jesus unge esse mandamento, como uma das bases na vida do crente. Já o termo hebraico para torre de vigia é “mitspah”, “migdal”  ou “bahan”. As torres de vigia eram usadas com dois propósitos diferentes nos tempos bíblicos: (1º) Desde os tempos antigos eram erigidas torres (Gênesis 35.21). nos campos  de pasto  para proteger  o  gado  e os  rebanhos  contra  os  animais  ferozes  e  contra as investidas dos  ladrões  (II Crônicas  26.10; Miqueias  4.8). Era erguidas torres de vigia nas vinhas e campos de cereais para proteger os campos contra os ladrões (Isaias 27.3).  (2º) Eram edificadas Torres de vigia de grande estrutura nas obras de defesa das cidades maiores.

Nas torres de vigia eram postados os vigias, aletos para os movimentos de hostilidade contra a cidade. Também ficavam em vigilância a fim de avisar ao rei e a seus súditos sobre qualquer pessoa que se aproximasse dos muros da cidade (II Samuel 18.24-27; II Reis 9.17-20).  Por ocasião de hostilidades, os perigos da noite eram especialmente temidos, e os vigias aguardavam ansiosamente pela romper da alva (Isaias 21.11).  Era certa medida de tempo pela qual ás doze horas da noite eram divididas.  Nos tempos israelitas a divisão era tríplice (Juízes 7.19). Nos dias do NT a divisão romana, em quatro vigílias, passou a ser  usada  (Marcos  6.48). Inúmeras vezes o Antigo Testamento se refere ao vigia da cidade, o vigia cuidava e observar as movimentações estranhas ocorridas durante a noite (II Samuel 13.34). Os vigias tinham por função avisar ao povo da cidade sobre a aproximação de qualquer pessoa, fosse ela amiga ou inimiga. Assim, em I Samuel 14.16: Lemos: “Olharam as sentinelas de Saul em Gibeá de Benjamim...” Os vigiam prevenia a população contra os ataques noturnos e mantendo-a, assim, em segurança, I Samuel 14.16; II Samuel 18.24; II Reis 9.17; Cantares 5.7. Os profetas tinham o dever de vigiar, Isaias 21.6; Jeremias 6.17; Ezequiel 3.17; em Daniel 4.13 lemos que um vigia, um santo, descia do céu. Na longa noite que envolve o mundo e o escraviza cruelmente, é dever de cada cristão vigiar, enquanto aguarda o romper da manhã espiritual, a bendita aurora da vinda do Salvador, (Salmo 130.6). Devemos seguir o exemplo do maior, Vigia, o seja, o próprio Deus: Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. (Salmos 127.1). As exortações de Jesus aos seus discípulos sempre foi vigiar: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mateus 26.41). Os Evangelhos sinóticos reproduzem as exortações do Mestre, dirigidas aqueles que o segue, no contexto do sermão profético (Mateus 24.25; Mc 13 e Lucas 21). Tais exortações refletem a sabedoria, o amor e o zelo de Jesus para com os seus seguidores. Porque Ele, na condição de Filho de Deus, possuía um conhecimento especial da natureza humana (João 2.25). Ele conhece muito bem a nossa estrutura, e somente um estado de vigilância permanente, associado a uma vida de oração, pode nos conduzir à experiência de plena vitória com Deus. Jesus, pelo seu amor. Ele nos exortou a vigiar, a fim de que nunca venhamos a sofrer derrotas como Sansão, o campeão que não vigiou e todos viram qual foi seu fim.

O apóstolo Paulo foi um homem que emprestou grande significação à vigilância. Vejamos algumas de suas solenes admoestações: Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós. (Atos 20.31). Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonil-mente, e fortalecei-vos, (I Coríntios 16.13). Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espirito, e vigiando nisto com toda a perseverança, (Efésios 6.18). Perseverai em oração, velando nela com ações de graças, (Colossenses 4.2). E não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios, (I Tessalonicenses 5.6). Na vida do apóstolo Pedro houve instantes em que ele experimentou sérios revezes, quando Tiago e João foi juntamente convidado por Jesus a acompanhá-lo até o monte, ao lugar da oração. Foi ali que os três ouviram a triste repreensão do Mestre: Nem uma hora pudeste velar comigo? (Mateus 26.40). Essa lição lhes serviu anos mais tarde, ao escrever suas epístolas, Pedro inseriu o seguinte conselho: E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração, (I Pedro 4.7).

Devemos considerar que Jesus sempre relacionou o ato de vigiar com a esperança de sua volta: Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir. (Mateus 25.13). Quando a bem-aventurada esperança da Igreja, alinhemos algumas razões para a Igreja se manter em constante estado de vigilância e expectativa. (a). Daquele dia e hora ninguém sabe, (Marcos 13.32; Mateus 25.13). A volta de Jesus é absolutamente certa: E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. (Atos 1.10.11). Mas o tempo é desconhecido. E não soubemos a ocasião exata de seu regresso: E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. (Atos 1.7). Ele viria como o dono da casa: Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, (Marcos 13.35). Ele voltará como aquele Pai que jamais deixará seus filhos órfãos: Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. (João 14.18). E qual seria a importância dos sinais? Certamente a única geração que se aprontaria seria aquela que estivesse viva nos dias que precedessem imediatamente o retorno do bem-amado Senhor. Todas as outras certamente deixariam de viver nessa maravilhosa expectativa, a de que Ele pode vir a qualquer momento: E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai. (Marcos 13.37). A incerteza da data demanda a perfeita vigilância. Para que não entreis em tentação, (Mateus 26.41). A palavra tentar e seus derivados ocorrem cerca de 72 vezes na Bíblia. Quando o sentinela detecta o inimigo, não luta, sozinho, contra ele. Avisa ao comandante, que investe com segurança e o domina. Quando vigiamos, detectamos o inimigo de nossas almas, auscultamos a presença do tentador. Quando oramos, comunicamos ao Supremo Comando. Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele cuida de vós, I Pedro 5.7. Um famoso escritor britânico escreveu: Eu posso resistir qualquer coisa, exceto a tentação. Paulo escreveu: Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia, (I Coríntios 10.12.13).  Satanás é o grande tentador dos homens, (Mateus 4.1; I Crônicas 21.1; João 13). Exemplos de pessoas que falharam na hora da tentação: Adão e Eva (Gênesis 3). A mulher de Ló (Gênesis 19.17,26). Esaú (Gênesis 25.34). Acã (Josué 7.21), etc. Exemplos de pessoas que venceram na hora da tentação: José (Gênesis 50.1-26). Daniel (Daniel 1.8), etc. Para que vos não ache dormindo, Marcos 13.36; I Tessalonicenses a. Salomão escreveu que ao homem que dorme em seu trabalho, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado, (Provérbios 6.11). O que dorme na sega é filho que envergonha, (Provérbios 10.5). Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá, (Efésios 5.14).

A Bíblia se refere explicitamente às consequências trágicas que sobrevirão aos que não vigiarem. Andarão nus e serão vistas as suas vergonhas, (Apocalipse 16.15). O Senhor virá ao tal como um ladrão, (Apocalipse 3.3). E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas, (Mateus 24.42-51).

Quando olhamos para a parábola das dez virgens, onde vimos cinco delas prudentes em vigilância, e cinco delas não. Para as que não vigiaram, afirma o texto que fechou-se a porta. Quanto às que vigiaram, assim está escrito: entraram com ele para as bodas, (Mateus 25.1-13). Na eternidade, quando participarmos da glória eterna do Ressuscitado, veremos em toda a sua extensão o significado de havermos vigiado. Assentaram-se à mesa e foram servidos pelo Senhor, (Lucas 12.37). Durante séculos os membros da Igreja de Cristo têm vivido como servos, esperando pacientemente o Seu retorno. Com a sua volta, todos seremos levados ao Tribunal de Cristo (II Coríntios 5.10). E em seguida, revestidos da glória celestial, participaremos das Bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). E o ingresso que no leva a participar das Bodas do Cordeiro é a “Vigília”. Sejamos vigilantes na proclamação do Evangelho, pois somos despenseiros dos mistérios de Deus, (I Coríntios 4.1).

Portanto Vigiar é a base solida onde o crente deve esta fundado, base essa que foi estabelecida pelo Senhor Jesus em seu sermão profético: Com os disserem “olhai”, “vigiai” e “orai”. Vigiar não se trata de uma opção, mais sim, de um mandamento expresso e perseverante, que nos leva a salvação. (Mateus 24.13).

 

 

 

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