Adilson
Francisco dos Santos. Estudos apologéticos
AQUELE QUE NÃO VIGIA, CAI
CONSTANTEMENTE EM TENTAÇÃO.
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Mateus 26.41
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no
Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os
santos. Efésios 6.18.
Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso
Senhor. Mateus 24.42
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o
Filho do homem há de vir. Mateus 25.13
Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa;
se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã. Marcos 13.35
Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais
havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de
estar em pé diante do Filho do homem. Lucas 21.36
Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e
guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas. Apocalipse 16.15
Quando o crente está vigilante, facilmente ele percebe a
aproximação do perigo e da tentação, podendo, assim, resguardar-se e permanecer
pronto para a vinda do Senhor. Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado o que
vigia. (Apocalipse
16.15).
A língua grega contém cerca de cinco palavras que têm sido
traduzidas para o português com o sentido de vigiar, a saber: “gregoreo”, “tereo”,
“paratereo”, “agrupneo” e “nepho”. A primeira e a terceira são as mais frequentemente
usadas pelos escritores sacros, a fim de expressar um estado de alerta, quando
os sentidos espirituais do cristão se encontram em estado de observação e
expectativa.
Gregoréo, “estar vigilante”, “estar desperto”, “vigiar”. Esse
verbo grego foi usado por vinte e três vezes: Mateus 24.42,43; 25.13;
26.38,40,41; Marcos 13.34,35,37; 14.34,36,38; Lucas 12.37,39; Atos 20.31; I
Coríntios 16.13; Colossenses 1.2; I Tessalonicenses 5.6,10; I Pedro 5.8;
Apocalipse 3.2,3; 16.15.
Teréo, “vigiar”, Verbo grego que significa “guardar”,
“preservar”. É usado nos textos bíblicos por sessenta e sete vezes: Mateus 19.17;
23.3; 27.36,54; 28.4,20; Marcos 7.9; João 2.10; 8.51,52,55; 9.16; 12.7;
14.15,21,23,24; 15.10,20; 17.6,11,12,15; Atos 12:5,6; 15.5; 16:23; 24.23; 25.4,21;
I Coríntios 7.37; II Coríntios 11.9; Efésios 4.3; I Tessalonicenses 5.23; I
Timóteo 5.22; 6.14; II Timóteo 4.7; Tia. 1.27; 2.10; I Pedro 1.4; II Pedro
2.4,9,17; 3.7; I João 2.3-5; 3.22,24; 5.3,18; Judas 1.6,13,21; Apocalipse 1.3;
2.26; 3.3,8,10; 12.17; 14.12; 16.15; 22.7,9.
Parateréo, “vigiar juntamente com”. Esse verbo reforçado
aparece por seis vezes: Marcos 3.2; Lucas 6.7; 14.1; 20.20; Atos 9.24 e Gálatas
4.10.
Agrupnéo, “vigiar”, “montar guarda”, “estar desperto”. Esse
verbo grego é utilizado por quatro vezes no Novo Testamento: Marcos 13.33; Luc.
21.36; Efésios 6.18 e Hebreus 13.17. O substantivo, “agrupnía”, “vigilância”,
aparece por duas vezes: II Coríntios 6.5; 11.27.
Népho, “vigiar”, “estar sóbrio”. Verbo grego empregado por
seis vezes: I Tessalonicenses 5.6,8; II Timóteo 4.5; I Pedro 1.13; 4.7; 5.8.
Das cinco palavras gregas citadas acima, destacamos o termo
“népho”, a fim de esclarecer
que a melhor tradução seria “manter o autocontrole”. Lemos em I Pedro 1.13:
“Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente
na graça que nos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”. O termo
grego “népho” corresponde a “sede sóbrios”, “manter o autocontrole”.
Já a língua hebraica contém quatro palavras “Tsapah”, “Shamar”,
“Shaqad”, “Quts”, que traduzidas para o português têm o sentido de vigiar, a
saber: Tsapah, “vigiar”,
“espiar”, “espião”, etc. Como verbo, a palavra ocorre por cerca de vinte e uma
vezes, conforme se vê. por exemplo, em Gênesis 31.49; I Samuel 4.13; II Samuel
13.14; Salmo 37.32; Isaias 21.5; Lamentações 4.17; Naum 2.1 e Habacuque 2.1.
Shamar, “observar”, “cuidar”, “vigiar”. Essa outra palavra
hebraica aparece por mais de quatrocentas e quarenta vezes, somente como verbo,
conforme se vê, por exemplo, em Juízes 7.19; I Samuel 19.11; Jó 14.16; Salmo
59, no título; 130.6; Jeremias 8.7; 20.10; Gênesis 37.11; Êxodo 12.17,24;
Deuteronômio 5.32; 6.3,25; 8:1; Isaias 42.20; Ezequiel 20.18; 37.24; Jonas 2.8.
Shaqad, “despertar”, “vigiar”. Esse termo hebraico é usado
por dez vezes com esse sentido, pois também significa “apressar-se”,
“permanecer”, e, no plural, “moldar como amêndoas”. Por exemplo: Esdras 8.29;
Salmo 102.7; Provérbios 8.34; Isaias 29.20; Jeremias 5.6; 31.28; Daniel 9.14.
Quts, “despertar”, “vigiar”, “levantar-se”. Esse verbo
aparece por vinte e uma vezes, conforme se vê, por exemplo, em Ezequiel 7.6; I
Samuel 26.12; Jó 14.12; Salmo 3.5; 17.15; Provérbios 23.35; Isa. 26.19; 29.8;
Jeremias 31.26; Daniel 12.2; Joel 1.5 e Habacuque 2.19.
Vigiar é uma das três bases estabelecida pelo Senhor Jesus em
seu sermão profético: “olhai”, “vigiai” e “orai”. Vigiar não se trata de uma
opção, mais sim, um mandamento expresso. Temos que o fazer. O selo da
autoridade de Jesus unge esse mandamento, como uma das bases na vida do crente.
Já o termo hebraico para torre de vigia é “mitspah”, “migdal” ou “bahan”. As torres de vigia eram usadas
com dois propósitos diferentes nos tempos bíblicos: (1º) Desde os tempos antigos
eram erigidas torres (Gênesis 35.21). nos campos de pasto
para proteger o gado e
os rebanhos contra
os animais ferozes
e contra as investidas dos ladrões
(II Crônicas 26.10; Miqueias 4.8). Era erguidas torres de vigia nas vinhas
e campos de cereais para proteger os campos contra os ladrões (Isaias
27.3). (2º) Eram edificadas Torres de
vigia de grande estrutura nas obras de defesa das cidades maiores.
Nas torres de vigia eram postados os vigias, aletos para os
movimentos de hostilidade contra a cidade. Também ficavam em vigilância a fim
de avisar ao rei e a seus súditos sobre qualquer pessoa que se aproximasse dos
muros da cidade (II Samuel 18.24-27; II Reis 9.17-20). Por ocasião de hostilidades, os perigos da
noite eram especialmente temidos, e os vigias aguardavam ansiosamente pela
romper da alva (Isaias 21.11). Era certa
medida de tempo pela qual ás doze horas da noite eram divididas. Nos tempos israelitas a divisão era tríplice
(Juízes 7.19). Nos dias do NT a divisão romana, em quatro vigílias, passou a
ser usada (Marcos
6.48). Inúmeras vezes o Antigo Testamento se refere ao vigia da cidade,
o vigia cuidava e observar as movimentações estranhas ocorridas durante a noite
(II Samuel 13.34). Os vigias tinham por função avisar ao povo da cidade sobre a
aproximação de qualquer pessoa, fosse ela amiga ou inimiga. Assim, em I Samuel
14.16: Lemos: “Olharam as sentinelas de Saul em Gibeá de Benjamim...” Os vigiam
prevenia a população contra os ataques noturnos e mantendo-a, assim, em
segurança, I Samuel 14.16; II Samuel 18.24; II Reis 9.17; Cantares 5.7. Os
profetas tinham o dever de vigiar, Isaias 21.6; Jeremias 6.17; Ezequiel 3.17;
em Daniel 4.13 lemos que um vigia, um santo, descia do céu. Na longa noite que
envolve o mundo e o escraviza cruelmente, é dever de cada cristão vigiar, enquanto
aguarda o romper da manhã espiritual, a bendita aurora da vinda do Salvador, (Salmo
130.6). Devemos seguir o exemplo do maior, Vigia, o seja, o próprio Deus: Se o
SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não
guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. (Salmos 127.1). As exortações de
Jesus aos seus discípulos sempre foi vigiar: Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
(Mateus 26.41). Os Evangelhos sinóticos reproduzem as exortações do Mestre,
dirigidas aqueles que o segue, no contexto do sermão profético (Mateus 24.25;
Mc 13 e Lucas 21). Tais exortações refletem a sabedoria, o amor e o zelo de
Jesus para com os seus seguidores. Porque Ele, na condição de Filho de Deus,
possuía um conhecimento especial da natureza humana (João 2.25). Ele conhece muito
bem a nossa estrutura, e somente um estado de vigilância permanente, associado
a uma vida de oração, pode nos conduzir à experiência de plena vitória com
Deus. Jesus, pelo seu amor. Ele nos exortou a vigiar, a fim de que nunca
venhamos a sofrer derrotas como Sansão, o campeão que não vigiou e todos viram
qual foi seu fim.
O apóstolo Paulo foi um homem que emprestou grande
significação à vigilância. Vejamos algumas de suas solenes admoestações: Portanto,
vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de
admoestar com lágrimas a cada um de vós. (Atos 20.31). Vigiai, estai firmes na
fé; portai-vos varonil-mente, e fortalecei-vos, (I Coríntios 16.13). Orando em
todo o tempo com toda a oração e súplica no Espirito, e vigiando nisto com toda
a perseverança, (Efésios 6.18). Perseverai em oração, velando nela com ações de
graças, (Colossenses 4.2). E não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos,
e sejamos sóbrios, (I Tessalonicenses 5.6). Na vida do apóstolo Pedro houve
instantes em que ele experimentou sérios revezes, quando Tiago e João foi
juntamente convidado por Jesus a acompanhá-lo até o monte, ao lugar da oração.
Foi ali que os três ouviram a triste repreensão do Mestre: Nem uma hora pudeste
velar comigo? (Mateus 26.40). Essa lição lhes serviu anos mais tarde, ao
escrever suas epístolas, Pedro inseriu o seguinte conselho: E já está próximo o
fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração, (I Pedro 4.7).
Devemos considerar que Jesus sempre relacionou o ato de vigiar
com a esperança de sua volta: Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora
em que o Filho do homem há de vir. (Mateus 25.13). Quando a bem-aventurada
esperança da Igreja, alinhemos algumas razões para a Igreja se manter em
constante estado de vigilância e expectativa. (a). Daquele dia e hora ninguém
sabe, (Marcos 13.32; Mateus 25.13). A volta de Jesus é absolutamente certa: E,
estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se
puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens
galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi
recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. (Atos 1.10.11).
Mas o tempo é desconhecido. E não soubemos a ocasião exata de seu regresso: E
disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder. (Atos 1.7). Ele viria como o dono da casa:
Vigiai, pois, porque não sabeis
quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do
galo, se pela manhã, (Marcos 13.35). Ele voltará como aquele Pai que jamais
deixará seus filhos órfãos: Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. (João
14.18). E qual seria a importância dos sinais? Certamente a única geração que
se aprontaria seria aquela que estivesse viva nos dias que precedessem
imediatamente o retorno do bem-amado Senhor. Todas as outras certamente
deixariam de viver nessa maravilhosa expectativa, a de que Ele pode vir a
qualquer momento: E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai. (Marcos
13.37). A incerteza da data demanda a perfeita vigilância. Para que não entreis
em tentação, (Mateus 26.41). A palavra tentar e seus derivados ocorrem cerca de
72 vezes na Bíblia. Quando o sentinela detecta o inimigo, não luta, sozinho,
contra ele. Avisa ao comandante, que investe com segurança e o domina. Quando
vigiamos, detectamos o inimigo de nossas almas, auscultamos a presença do
tentador. Quando oramos, comunicamos ao Supremo Comando. Lançando sobre Ele
toda a vossa ansiedade, porque Ele cuida de vós, I Pedro 5.7. Um famoso
escritor britânico escreveu: Eu posso resistir qualquer coisa, exceto a
tentação. Paulo escreveu: Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia, (I Coríntios
10.12.13). Satanás é o grande tentador
dos homens, (Mateus 4.1; I Crônicas 21.1; João 13). Exemplos de pessoas que
falharam na hora da tentação: Adão e Eva (Gênesis 3). A mulher de Ló (Gênesis
19.17,26). Esaú (Gênesis 25.34). Acã (Josué 7.21), etc. Exemplos de pessoas que
venceram na hora da tentação: José (Gênesis 50.1-26). Daniel (Daniel 1.8), etc.
Para que vos não ache dormindo, Marcos 13.36; I Tessalonicenses a. Salomão
escreveu que ao homem que dorme em seu trabalho, assim sobrevirá a tua pobreza
como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado, (Provérbios 6.11). O
que dorme na sega é filho que envergonha, (Provérbios 10.5). Desperta, tu que
dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá, (Efésios 5.14).
A Bíblia se refere explicitamente às consequências trágicas
que sobrevirão aos que não vigiarem. Andarão nus e serão vistas as suas
vergonhas, (Apocalipse 16.15). O Senhor virá ao tal como um ladrão, (Apocalipse
3.3). E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas, (Mateus
24.42-51).
Quando olhamos para a parábola das dez virgens, onde vimos cinco
delas prudentes em vigilância, e cinco delas não. Para as que não vigiaram,
afirma o texto que fechou-se a porta. Quanto às que vigiaram, assim está
escrito: entraram com ele para as bodas, (Mateus 25.1-13). Na eternidade,
quando participarmos da glória eterna do Ressuscitado, veremos em toda a sua
extensão o significado de havermos vigiado. Assentaram-se à mesa e foram
servidos pelo Senhor, (Lucas 12.37). Durante séculos os membros da Igreja de
Cristo têm vivido como servos, esperando pacientemente o Seu retorno. Com a sua
volta, todos seremos levados ao Tribunal de Cristo (II Coríntios 5.10). E em
seguida, revestidos da glória celestial, participaremos das Bodas do Cordeiro. (Apocalipse
19.9). E o ingresso que no leva a participar das Bodas do Cordeiro é a “Vigília”.
Sejamos vigilantes na proclamação do Evangelho, pois somos despenseiros dos
mistérios de Deus, (I Coríntios 4.1).
Portanto Vigiar é a base solida onde o crente deve esta
fundado, base essa que foi estabelecida pelo Senhor Jesus em seu sermão
profético: Com os disserem “olhai”, “vigiai” e “orai”. Vigiar não se trata de
uma opção, mais sim, de um mandamento expresso e perseverante, que nos leva a
salvação. (Mateus 24.13).
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