Adilson Francisco dos santos. Estudos Apologéticos.
COMO ENTENDER AS EXPRESSÕES SOBRE JESUS DE PRIMOGÊNITO? E DE UNIGÊNITO?
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A palavra grega, “Prototokos” (primogênito). Tem dois sentidos: o primeiro é nascido de uma mulher (Lucas 1.25; hebreus 11.28).
Também o primeiro, por ordem, por dignidade, sem uma relação direta com o
nascimento e com a ordem generacional: Que existe
entre duas ou mais gerações (Romanos 8.29; Colossenses 1.15-18; Hebreus
1.6; Apocalipse 1.5).
A palavra unigênito “iiovcryeuTÍç” em grego monogenes, é usado cinco vezes,
todas nos escritos do apóstolo João, acerca de Jesus como o Filho de Deus, seja com
o sentido de filho único (Lucas 7.12; 8.42; 9.38). Ou como filho preferido e muito
amado (João 1.14; 1.18; 3.18; Hebreus 11.7; I João 4.9).
O termo Unigênito, quando aplicado a Cristo, nos evangelhos
se encontra exclusivamente em João. (João 1.18; 3.16.18; I João 4.9). Além
dessas ocorrências do termo, encontramo-lo por quatro outras vezes nas páginas
do N.T. É sempre para indicar um filho único (ver Lucas 7.12: 8.42; 9.38;
Hebreus 11.17). Esse vocábulo não dá a entender nem posterioridade, e nem
inferioridade, mas sim, uma modalidade toda especial de relação entre um Pai e
um Filho. O texto de Colossenses 1.15 diz, “Primogênito de toda a criação”.
Para Deus, Cristo é o “unigênito” o único que desde toda a eternidade passada,
participa de toda a criação divina. Para a criação Cristo é o “primogênito”, porquanto
nele reside o princípio do novo nascimento, a regeneração da criação inteira,
especialmente no que diz respeito aos homens, os quais haverão de, uma vez
redimidos, ser transformados segundo a sua imagem (I Coríntios 11.7; Romanos
8.29).
Paulo fez uso desse termo para assinalar a relação eterna
existente entre Cristo e criação. João destaca a relação sem-par existente
entre Deus Filho e Deus Pai. O Filho “era”, isto é não “tornou-se”.
Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique.
E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes
que o mundo existisse. (João 17.5). Ele é alguém eternamente, porquanto não
teve começo no tempo. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o
principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Deus Forte, Pai
da Eternidade...” (Isaías 9.6). Essa relação não é retratada como algo que
teria ocorrido mediante alguma reforma moral, adoção ou geração moral,
porquanto já existia ou, seja já “era” desde os tempos eternos. “A quem
constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o
resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder...” (Hebreus 1.2.3).
Cristo possui todos os atributos da deidade pura. Isto toma
necessária a eternidade, um ser absoluto; sobre este aspecto Ele não é “depois”
do Pai, (Moule). A expressão também
sugere o pensamento de afeto mais profundo, como no caso da palavra hebraica “yachid”,
traduzida no Antigo Testamento por “único” (Gênesis 22.2-12; Provérbios 4.3;
Jeremias 6.26; Amos 8.10). “unigênito” (Zacarias 12.10). E “predileta” (SaImo
22.20; 35.17). Em João 1.18, a cláusula: “O Filho unigênito. “Que está no seio
do Pai”, expressa Sua união eterna com o Pai na deidade e a intimidade e o amor
inefáveis entre eles.
Jesus, primogênito de Maria, é o primeiro
filho, é o mais importante, é o predileto filho de Deus, primogênito de toda
criatura (Colossenses 1.15). Quando a bíblia o chama Jesus o unigênito de Deus
(veja João 1.18). É porque ninguém foi
gerado por Deus depois dele. Os evangelistas corroboram com a interpretação
acima e o fato de Lucas ter usado a expressão grega, “prototokos”, que
significa, “Primogênito”, em relação ao nascimento de Cristo: “E teve a seu
filho primogênito...” (Lucas 2.7). Se Lucas quisesse dizer que Jesus foi o
único filho de Maria, ele teria usado, de modo inequívoco, a expressão,
“monogenes”, (unigênito, em português). Que significa, “filho Único gerado”,
como acontece em (João 1.14; 3.16). Como já citamos, mas não, ele usou de modo
consciente, o termo certo: “primogênito”, indicando que Jesus foi apenas o,
“primeiro”, filho de Maria, e não o “único filho d’ela”. Se Jesus tivesse sido
o único filho de Maria, os evangelistas mostrariam isso, porém fica claro que
Jesus é o único filho gerado por Deus, ou seja, “unigênito”, e o primeiro filho
entre os filhos de Maria.
Como já vimos quando a palavra Unigênito é aplicada a Cristo em João (1.14; 1.18;
3.16; I João 4.9). Significa que ele é o único no sentido de “preeminente”, “especial”, “excelente”. Nunca alguém que
foi gerado filho único literalmente
de um pai, porque Cristo é eterno. Ele é criador (Gênesis 1.26; 3.22. 11.7;
Colossenses 1.16).
O sentido metafórico é evidente, e antecipa a encarnação. No seu evangelho João possui vários
significados para a expressão “Pai” e “Filho” quando referentes
a Deus em relacionamento com Cristo e este com Aquele: Ele diz filho por: Doação (3.16; 14.16).
Submissão (5.19). Amor (3.35; 5.20; 10.17). Herança (3.35). Provisão (6.32).
Conhecimento (10.15). Segurança (10.29). Instrução (12.49). Hierarquia (14.28).
Obediência (15.10). Honra (5.23). Intimidade (5.30). Entretanto, tudo isso está
num contexto de um Jesus Humano.
Já quando João apresenta a divindade de Cristo, ele tem
outros Significados. Vejamos: Eternidade (João 1.1a). Companheirismo (1.1b.2).
Divindade (1.1c). Criação (1.3). Igualdade (5.18). Unidade (10.30). Pré‑existência (17.5).
Nesse contexto João nos mostra um Cristo chamado de Filho,
sem ter sido gerado literalmente do Pai? Sim. Um caso semelhante é o caso do
rei Salomão, quando Deus disse dele: “Eu Lhe serei por
Pai, e ele Me será por filho”. Acaso isso significa que Salomão foi gerado literalmente e originado da
natureza de Deus? Metaforicamente é evidente que Deus está dizendo a Davi que a
promoção de Salomão como rei também dava início a um novo relacionado com Ele
de tal modo que após Deus estabelecer o reino davídico, Salomão seria o seu “filho” em um sentido, quando ele fosse constituído rei
sobre Israel (II Samuel 7.14). Num sentido comum, ele já era filho de Deus, ele já era como
pertencente ao povo
escolhido.
Assim foi Jesus Cristo “constituído” e “chamado” de Filho Unigênito (único, especial, preeminente) desde
o Concílio celestial desde a eternidade, antes da Criação do mundo (Hebreus
1.2.6). Quando também se diz que Ele é chamado de ʺCordeiro que foi
morto, antes da fundação
do mundoʺ (Apocalipse 13.8). Mas isto naturalmente não
significa que Ele foi morto lá no Concílio, é evidente que isso é metafórico é?
Assim também é Cristo ser chamado de ʺUnigênitoʺ não significa que Ele foi gerado naquele
tempo, antes da Encarnação A passagem está
falando da parte humana de Cristo. Em sua natureza divina, Ele é existente por
Si mesmo (João 1.1,4). O apóstolo João disse de Cristo: “N’ele estava a vida” (João 1.4). Cristo disse: ʺEu sou a Ressurreição e a Vidaʺ (João 11.25). ʺEu sou o Caminho, a Verdade e a Vidaʺ (João 14.6). João destaca Cristo um ser
existente. “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique.
E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes
que o mundo existisse. (João 17.5). Ele é alguém eternamente, que não teve
começo no tempo. “...Deus Forte, Pai da Eternidade...” (Isaías 9.6).
Quando Jesus disse: Antes de Abraão existisse “Eu sou”, (João 8.58). Ele estava
reivindicava o nome de YHWH ou Jeová, o grande “EU SOU O QUE SOU”, que é o nome de Deus em (Êxodo 3.14).
Ou seja, o Eterno, existente por si mesmo, o qual ninguém mais pode requerer
além de Cristo, porque ninguém mais pode com razão dizer “Eu sou” a não ser aquele que tem vida em si
mesmo, Só Cristo onde
há vida original, não emprestada.
Quem tem o Filho tem a vida. (I João 5.12). A Divindade de Cristo é a certeza
de vida eterna para o cristão. Portanto. Cristo é a Fonte da vida, assim como
Deus é. Entretanto quando Ele fala nos termos de primogênito e unigênito, fala em termos de Sua humanidade.
Como Filho encarnado, o qual despojou de si mesmo, “A si mesmo Se esvaziou”. (Filipenses 2.7). Portanto, tudo que Ele
recebe do Pai, recebe como Homem que conquistou, e isso o fez por merecer tudo
o que recebeu de Deus o Pai. Como Homem, Ele recebe um nome (Filipenses 2.9).
Recebe glória (Filipenses 2.10). Recebe filhos (João 6.37.39; Hebreus 2.13). Recebeu
o Julgamento (João 5.22-27). A vida (João 5.26). Recebe tudo (Mateus 11.27). Mas
como o Deus que é, (I João 5.20). E como Ser divino, que é: Jesus Cristo não recebe
nada, pois já é suficiente por si mesmo e partilha da “plenitude da Divindade”, (Colossenses 2.9). Tanto é que como “Filho do Homem”, e, portanto como “Homem”, Ele foi
constituído pelo Pai como “Herdeiro de todas as coisas” (Hebreus 1.2). Como “Filho de Deus”, portanto Ele é “igual a Deus” “Eu e o Pai somos um” (João 10.30; 5.18). Cristo é Dono de todas as
coisas, Criador do Universo (Hebreus 1.2; João 1.3). E de tudo quanto há nos
céus e na terra (Colossenses 1.16).
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