terça-feira, 4 de junho de 2019

COMO ENTENDER AS EXPRESSÕES SOBRE JESUS DE PRIMOGÊNITO? E DE UNIGÊNITO?


Adilson Francisco dos santos. Estudos Apologéticos.

COMO ENTENDER AS EXPRESSÕES SOBRE JESUS DE PRIMOGÊNITO? E DE UNIGÊNITO?
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A palavra grega, “Prototokos” (primogênito). Tem dois sentidos: o primeiro é nascido de uma mulher (Lucas 1.25; hebreus 11.28). Também o primeiro, por ordem, por dignidade, sem uma relação direta com o nascimento e com a ordem generacional: Que existe entre duas ou mais gerações (Romanos 8.29; Colossenses 1.15-18; Hebreus 1.6; Apocalipse 1.5).

A palavra unigênito “iiovcryeuTÍç” em grego monogenes, é usado cinco vezes, todas nos escritos do apóstolo João, acerca de Jesus como o Filho de Deus, seja com o sentido de filho único (Lucas 7.12; 8.42; 9.38). Ou como filho preferido e muito amado (João 1.14; 1.18; 3.18; Hebreus 11.7; I João 4.9).

O termo Unigênito, quando aplicado a Cristo, nos evangelhos se encontra exclusivamente em João. (João 1.18; 3.16.18; I João 4.9). Além dessas ocorrências do termo, encontramo-lo por quatro outras vezes nas páginas do N.T. É sempre para indicar um filho único (ver Lucas 7.12: 8.42; 9.38; Hebreus 11.17). Esse vocábulo não dá a entender nem posterioridade, e nem inferioridade, mas sim, uma modalidade toda especial de relação entre um Pai e um Filho. O texto de Colossenses 1.15 diz, “Primogênito de toda a criação”. Para Deus, Cristo é o “unigênito” o único que desde toda a eternidade passada, participa de toda a criação divina. Para a criação Cristo é o “primogênito”, porquanto nele reside o princípio do novo nascimento, a regeneração da criação inteira, especialmente no que diz respeito aos homens, os quais haverão de, uma vez redimidos, ser transformados segundo a sua imagem (I Coríntios 11.7; Romanos 8.29).

Paulo fez uso desse termo para assinalar a relação eterna existente entre Cristo e criação. João destaca a relação sem-par existente entre Deus Filho e Deus Pai. O Filho “era”, isto é não “tornou-se”.

Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique. E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse. (João 17.5). Ele é alguém eternamente, porquanto não teve começo no tempo. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Deus Forte, Pai da Eternidade...” (Isaías 9.6). Essa relação não é retratada como algo que teria ocorrido mediante alguma reforma moral, adoção ou geração moral, porquanto já existia ou, seja já “era” desde os tempos eternos. “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...” (Hebreus 1.2.3).

Cristo possui todos os atributos da deidade pura. Isto toma necessária a eternidade, um ser absoluto; sobre este aspecto Ele não é “depois” do Pai,  (Moule). A expressão também sugere o pensamento de afeto mais profundo, como no caso da palavra hebraica “yachid”, traduzida no Antigo Testamento por “único” (Gênesis 22.2-12; Provérbios 4.3; Jeremias 6.26; Amos 8.10). “unigênito” (Zacarias 12.10). E “predileta” (SaImo 22.20; 35.17). Em João 1.18, a cláusula: “O Filho unigênito. “Que está no seio do Pai”, expressa Sua união eterna com o Pai na deidade e a intimidade e o amor inefáveis entre eles.

Jesus, primogênito de Maria, é o primeiro filho, é o mais importante, é o predileto filho de Deus, primogênito de toda criatura (Colossenses 1.15). Quando a bíblia o chama Jesus o unigênito de Deus (veja João 1.18). É  porque ninguém foi gerado por Deus depois dele. Os evangelistas corroboram com a interpretação acima e o fato de Lucas ter usado a expressão grega, “pro­totokos”, que significa, “Primogênito”, em relação ao nascimento de Cristo: “E teve a seu filho primo­gênito...” (Lucas 2.7). Se Lucas quisesse dizer que Jesus foi o único filho de Maria, ele teria usado, de modo inequívoco, a expressão, “monogenes”, (unigênito, em português). Que significa, “filho Único gerado”, como acontece em (João 1.14; 3.16). Como já citamos, mas não, ele usou de modo consciente, o termo certo: “primogênito”, indicando que Jesus foi apenas o, “primeiro”, filho de Maria, e não o “único filho d’ela”. Se Jesus tivesse sido o único filho de Maria, os evangelistas mostrariam isso, porém fica claro que Jesus é o único filho gerado por Deus, ou seja, “unigênito”, e o primeiro filho entre os filhos de Maria.

Como já vimos quando a palavra Unigênito é aplicada a Cristo em João (1.14; 1.18; 3.16; I João 4.9). Significa que ele é o único no sentido de preeminente, especial, excelente. Nunca alguém que foi gerado filho único literalmente de um pai, porque Cristo é eterno. Ele é criador (Gênesis 1.26; 3.22. 11.7; Colossenses 1.16).

O sentido metafórico é evidente, e antecipa a encarnação. No seu evangelho João possui vários significados para a expressão Pai e Filho quando referentes a Deus em relacionamento com Cristo e este com Aquele: Ele diz filho por: Doação (3.16; 14.16). Submissão (5.19). Amor (3.35; 5.20; 10.17). Herança (3.35). Provisão (6.32). Conhecimento (10.15). Segurança (10.29). Instrução (12.49). Hierarquia (14.28). Obediência (15.10). Honra (5.23). Intimidade (5.30). Entretanto, tudo isso está num contexto de um Jesus Humano.

Já quando João apresenta a divindade de Cristo, ele tem outros Significados. Vejamos: Eternidade (João 1.1a). Companheirismo (1.1b.2). Divindade (1.1c). Criação (1.3). Igualdade (5.18). Unidade (10.30). Préexistência (17.5).

Nesse contexto João nos mostra um Cristo chamado de Filho, sem ter sido gerado literalmente do Pai? Sim. Um caso semelhante é o caso do rei Salomão, quando Deus disse dele: Eu Lhe serei por Pai, e ele Me será por filho. Acaso isso significa que Salomão foi gerado literalmente e originado da natureza de Deus? Metaforicamente é evidente que Deus está dizendo a Davi que a promoção de Salomão como rei também dava início a um novo relacionado com Ele de tal modo que após Deus estabelecer o reino davídico, Salomão seria o seu filho em um sentido, quando ele fosse constituído rei sobre Israel (II Samuel 7.14). Num sentido comum, ele já era filho de Deus, ele já era como pertencente ao povo escolhido.

Assim foi Jesus Cristo constituído e chamado de Filho Unigênito (único, especial, preeminente) desde o Concílio celestial desde a eternidade, antes da Criação do mundo (Hebreus 1.2.6). Quando também se diz que Ele é chamado de ʺCordeiro que foi morto, antes da fundação do mundoʺ (Apocalipse 13.8). Mas isto naturalmente não significa que Ele foi morto lá no Concílio, é evidente que isso é metafórico é? Assim também é Cristo ser chamado de ʺUnigênitoʺ não significa que Ele foi gerado naquele tempo, antes da Encarnação A passagem está falando da parte humana de Cristo. Em sua natureza divina, Ele é existente por Si mesmo (João 1.1,4). O apóstolo João disse de Cristo: N’ele estava a vida (João 1.4). Cristo disse: ʺEu sou a Ressurreição e a Vidaʺ (João 11.25). ʺEu sou o Caminho, a Verdade e a Vidaʺ (João 14.6). João destaca Cristo um ser existente. “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique. E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse. (João 17.5). Ele é alguém eternamente, que não teve começo no tempo. “...Deus Forte, Pai da Eternidade...” (Isaías 9.6).

Quando Jesus disse: Antes de Abraão existisse Eu sou, (João 8.58). Ele estava reivindicava o nome de  YHWH ou Jeová, o grande EU SOU O QUE SOU”, que é o nome de Deus em (Êxodo 3.14). Ou seja, o Eterno, existente por si mesmo, o qual ninguém mais pode requerer além de Cristo, porque ninguém mais pode com razão dizer Eu sou a não ser aquele que tem vida em si mesmo, Só Cristo onde há vida original, não emprestada. Quem tem o Filho tem a vida. (I João 5.12). A Divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o cristão. Portanto. Cristo é a Fonte da vida, assim como Deus é. Entretanto quando Ele fala nos termos de primogênito  e unigênito, fala em termos de Sua humanidade. Como Filho encarnado, o qual despojou de si mesmo, “A si mesmo Se esvaziou. (Filipenses 2.7). Portanto, tudo que Ele recebe do Pai, recebe como Homem que conquistou, e isso o fez por merecer tudo o que recebeu de Deus o Pai. Como Homem, Ele recebe um nome (Filipenses 2.9). Recebe glória (Filipenses 2.10). Recebe filhos (João 6.37.39; Hebreus 2.13). Recebeu o Julgamento (João 5.22-27). A vida (João 5.26). Recebe tudo (Mateus 11.27). Mas como o Deus que é, (I João 5.20). E como Ser divino, que é: Jesus Cristo não recebe nada, pois já é suficiente por si mesmo e partilha da plenitude da Divindade”, (Colossenses 2.9). Tanto é que como Filho do Homem, e, portanto como Homem, Ele foi constituído pelo Pai como Herdeiro de todas as coisas (Hebreus 1.2). Como Filho de Deus, portanto Ele é igual a Deus” “Eu e o Pai somos um” (João 10.30; 5.18). Cristo é Dono de todas as coisas, Criador do Universo (Hebreus 1.2; João 1.3). E de tudo quanto há nos céus e na terra (Colossenses 1.16).


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